"Tudo o que eu faço, vós podeis também fazer, e se quiserdes, muito mais". "Vós sois deuses"
Tudo o que fazemos, ressoa no universo, criando. Atitudes, palavras, pensamentos e sentimentos. No limitado mundo dos cinco sentidos, muitas vezes não percebemos que cada uma de nossas ações -sejam elas verbais, mentais, sentimentais ou práticas- geram algum tipo de energia, que cria algo no astral - bom ou ruim.
Assim, somos criadores em um caminho que ainda não está pronto. E criamos, através de escolhas. E se a escolha é a ferramenta principal de nossa criação, o campo de atuação de nossas escolhas sempre passa por uma via: o outro. As pessoas são pontes entre nós e os nossos sonhos.
Movidos por amor ou desamor, simpatia ou repulsa, alegria ou tristeza, emitimos energias, e essas energias geram algo em nosso campo magnético vibratório. São ações, que geram reações - em nós ou nos outros.
É certo que há coisas que são maktub (que estavam escritas). Mas nosso destino está em nossas mãos. Cada uma das pequenas escolhas que fazemos diante dos segundos e minutos da vida, constroem nossa estrada. Como dizia sabiamente nosso querido exemplo de amor, Chico Xavier:
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".
A escolha é o princípio do poder da Criação. Escolher não se limita a tomar uma decisão conscientemente a respeito de algum tema ou situação prática da vida. A ação prática é o resultado de um processo que se iniciou no íntimo. E quando geramos energia, estamos escolhendo, e fazendo uso do nosso poder de criação. Pois ao gerarmos energia, emitimos algo ao universo (ou a uma pessoa), que responde nossa emissão com uma reação - feliz ou infeliz. Se essa reação gerar ternura ou desconforto, é responsabilidade nossa, e não obra do acaso ou seqüência de fatalismos.
Se o arbítrio é livre e podemos fazer escolhas -sejam elas escolhas pensadas e bem articuladas, ou através de palavras, pensamentos e sentimentos- a conseqüência dessas escolhas é compulsória, sejam elas "fardo" ou "recompensa".
Não só nossas ações são escolhas, mas também nossas reações frente a situações adversas. Escolhemos todos os dias. Criamos todos os dias. No modo de olhar, de falar, de expressar, de reagir. Escolhemos quando optamos entre a palavra ou o silêncio.
Quando falamos ou pensamos algo, o poder da palavra ou do pensamento -que é maior do que nossos cinco sentidos podem perceber- também cria formas mentais no universo sutil. Se emitimos um pensamento de intenso amor em direção a alguém, dependendo do grau de sensibilidade da outra pessoa, ela sentirá, da mesma forma que perceberá quando as emissões não forem positivas.
Nossas palavras, tanto mais nossos pensamentos, são escolhas. Até a dúvida é uma escolha, pois quando a temos, a transformamos em algum tipo de ação que trará reação. E isso também é escolha.
As guerras são um exemplo da lei da ação e reação. Primeiro, um sentimento, que gerou um pensamento lógico, que articulou uma palavra mal colocada - intensionalmente ou não. Uma sucessão de "ações" - físicas e mentais. O outro país, alvo das colocações verbais, tem uma ou várias "reações". Estabelece-se o desentendimento, com novas ações e reações, até que se criam os "bombardeios verbais". Numa sucessão de mais reações, o contexto se transforma na primeira bomba lançada, concretizando-se a infeliz conseqüência de uma guerra efetiva, que gerará mais e novas conseqüências.
Muitas vezes, estabelecemos guerras, mas guerras íntimas, ou com outras pessoas. E lutamos, com a espada do orgulho e o escudo da vaidade ferida para vencer essas guerras e fazer valer o que pensamos. Nos esquecemos que não é a vitória da guerra que devemos perseguir, mas sim, a conquista da paz. Ganhar a guerra, ou ganhar a paz, também são escolhas.
Somos verdadeiramente "alfaiates de nosso destino". Temos nas mãos todos os elementos para cortar, alinhavar, costurar, medir, unir e criar as peças mais belas, ou os modelos mais limitados.
Fazer uso do arbítrio, que é livre, não é apenas um direito, mas uma responsabilidade. Por isso, a importância do "vigiar". Por isso, o "pensar antes de agir". Por isso, o cuidado com as palavras. Por isso, o evitar das explosões íntimas além dos limites de nós mesmos. Por isso, a premissa de compreender que o outro tem seus motivos, mesmo que tenhamos certeza que ele não sabe de nossas mazelas. Por isso, a necessidade de amar, e fazer do amor nossa mais imediata medida.
Que tudo o que fizermos, possa ressoar positivamente no universo. E se formos compelidos a agir por um impulso infeliz, usemos o silêncio como maior aliado. Que quando formos alvo de bombardeios verbais, não tenhamos reações ofensivas para com o outro. É preciso que sejamos, tanto quanto pudermos, agentes pacificadores -ou pelo menos neutralizadores- muitas vezes fazendo uso da paciência, da tolerância e principalmente da busca constante por não "revidar" as ofensas. Que sejamos nós o elemento de quebra do ciclo vicioso que se estabelece nas batalhas argumentativas. Que sejamos o elemento propagador do ciclo, quando envolvidos por "ações de amor e de paz". Que nossas "reações" nunca sejam alimentadas pelo orgulho ferido, ou pelo brio do personalismo, e que nossa sempre e mais certa escolha, seja o caminho da paz.
Somos criadores. Nossa ferramenta de criação é a escolha. Nossas escolhas agem sobre pessoas. Oportunidade perdida ou aproveitada também é escolha. Escolhemos todos os dias, e com essas escolhas, criamos os cenários mais mórbidos, ou os quadros mais belos. Pense nisso. O que você vai escolher hoje?