O violino é instrumento
delicado, rico de melodias aguardando execução.
Deixado à umidade, perde a
ressonância.
Manipulado com rispidez,
desafina-se.
Largado ao abandono, sofre
a invasão de insetos que o destroem.
Utilizado com brutalidade,
arrebenta-se.
Esquecido em temperaturas
elevadas, estala e rompe a caixa acústica.
Em mãos inábeis, perde a
finalidade e o valor.
Em museu, é peça morta.
Atirado ao lixo, torna-se
inutilidade.
No entanto, cuidado,
recebendo afinação, conduzido com carinho, reflete as melodias divinas ao
contato com o arco que lhas arranca, vibrando harmonias incomparáveis que lhe
saem das cordas distendidas e equilibradas.
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O médium, de certa forma,
pode ser comparado ao violino.
Afinado com os dons da
vida e colocado em mãos treinadas, acostumadas às músicas divinas, traz, à
Terra, as gloriosas mensagens da Imortalidade.
Posto em comunhão com o
bem, esparze harmonias que facultam paz e estimulam ao amor.
Estando em ação correta, participa
da orquestração da Vida, expressando a glória da Criação em concertos de
indefiníveis estesias.
Sob a ardência das paixões
primitivas, porém, arrebenta os centros de comunicação e perverte a
finalidade a que se destina.
Cultivando os instintos primários
e dando-lhes expressão, tomba nos depósitos de lixo das obsessões penosas.
Absorvendo a queixa e o
pessimismo, perde a afinidade com os instrumentistas superiores.
Relegando-se ao marasmo,
desconecta os centros de registro elevado.
Utilizado para o
mercantilismo e as frivolidades, gasta-se nos prejuízos destruidores.
Compulsado por Entidades
perversas, morrem-lhe os ideais de enobrecimento, e embrustece-se, caindo
depois na alucinação auto-aniquiladora.
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O violino e o médium têm
muita semelhança.
São, em si mesmos,
neutros, dependendo de como se deixam utilizar.
O violino, porque não
possui razão nem inteligência, depende totalmente do seu possuidor, quanto o
médium resulta da conduta moral que imprimir à sua faculdade.
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Deixa-te tanger pelas mãos
dos artistas espirituais de elevado porte, a fim de que possas transmitir as
melodias da Vida Maior para felicitar as criaturas.
Em qualquer situação,
permanece cauteloso, zelando pelos teus equipamentos, de modo a responder em
harmonia a todas as emissões dos artistas divinos, como instrumento
sintonizado com a sublime orquestra do amor de Nosso Pai.
(Fonte: “Alegria de
Viver”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis)